Analise da recuperação no GP da Áustria e a questão do respeito mostrado na pista pelos pilotos
A F1 frequentemente é imprevisível. Duas semanas depois de lutar pela vitória em Baku, eu largava da nona fila do grid no Red Bull Ring. E então, quando parecia que o fim de semana já estava acabado, a Williams Martini Racing conseguiu uma ótima recuperação para terminar com os dois carros nos pontos!
Trouxemos muitas novidades aerodinâmicas para a Áustria, e, quando há grandes mudanças no carro, a primeira reação quando você enfrenta problemas é começar a apontar dedos para as coisas novas.
Foi exatamente o que eu pensei depois do primeiro treino livre, depois de encontrar enormes dificuldades em usar novos pneus. No fim, a telemetria e os dados mostraram que as novidades produziam na pista exatamente aquilo que esperávamos.
Então, na sessão da tarde, fui à pista sem as novidades no carro, e as coisas não mudaram muito em relação à manhã: nós simplesmente não conseguíamos fazer os novos pneus funcionarem.
Porém, nas simulações de corrida, a sensação era mais positiva. Com pneus usados, a performance era exatamente o que esperávamos – mas, infelizmente, isso não nos ajudaria a ter uma posição melhor na classificação. Meu companheiro de equipe, Lance Stroll, e eu nos encontramos na nona fila do grid, com a expectativa de dificuldades para o domingo.
Largando em 17º, decidi tentar algo diferente na estratégia e comecei a corrida com os pneus macios. E, imediatamente, a corrida começou da maneira certa.
Tive uma ótima largada e, acima de tudo, consegui evitar o caos que aconteceu quando todos pisaram no freio na primeira curva. Volta após volta, pude subir na classificação e o ritmo estava exatamente como deveria, próximo da Force India.
Acabamos chegando em nono, algo que certamente não poderíamos ter previsto depois do sábado.
Uma questão de respeito
O Red Bull Ring é uma pista muito curta, e, nos estágios finais da corrida, os líderes estavam imediatamente atrás de mim.
Quando você se encontra nessas situações, acho que é necessário ter respeito, e eu sempre tentei não afetar a corrida daqueles que estão lutando por algo muito importante.
Mas nem todos pilotos se comportam dessa forma. Falei com Fernando Alonso na manhã de domingo, durante o desfile dos pilotos, e ele me disse que, na Indy, encontrou um espírito de equipe maior entre os pilotos.
Uma das causas disso deve vir do maior perigo que os pilotos enfrentam quando vão à pista, mas acho que, no fim, é uma questão de respeito – e vejo que a nova geração de pilotos da F1 têm um pouco menos disso.
Há óbvias exceções, mas talvez não seja coincidência que Alonso e Kimi Raikkonen não possuam pontos na carteira, e eu tenha apenas dois por ultrapassar a linha do pit no ano passado, no Brasil.
Corrida especial por vir
O próximo fim de semana é muito importante para todos na Williams. O GP da Inglaterra terá um gosto especial e é o local ideal para comemorar o aniversário de 40 anos da equipe, especialmente diante da torcida local.
Estou convencido de que, em Silverstone, uma pista de asfalto e configuração diferentes do Red Bull Ring, não iremos sofrer com os problemas que tivemos no fim de semana passado.
E será ótimo dar à equipe um bom resultado em uma ocasião tão especial.
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